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Viagens

Sempre adorei aeroportos mesmo antes de imaginar meter os pés num avião. Sempre me deram uma sensação de que ali era onde coisas começavam, acabavam e recomeçavam. É o lugar onde se sente o entusiasmo de uma nova aventura, onde a alma se abre para novas experiências, novos lugares e novas sensações. Ainda não entrámos no avião e já sabemos que quando regressarmos àquele lugar, não seremos os mesmos: seremos mais ricos e mais completos, voltaremos cheios de novas histórias para contar e memórias que nos ficarão guardadas na existência para todo o sempre.


Quando aterramos num sítio novo estamos mais vivos, porque estamos mais despertos. Estamos abertos à vida, às experiências e às pessoas que nos rodeiam. Estamos prontos para começar, para conhecer, para andar, para viver. Absorvemos a energia dos lugares, deslumbramo-nos com os mais ínfimos pormenores, deleitamo-nos com os sabores, sentimos os cheiros e tudo em nós grita consciência, porque todos os nossos sentidos estão apurados, prontos para absorver tudo o que nos rodeia, com aquele entusiasmo e confiança de quem está a viver uma experiência nova e única. Quando regressamos ao ponto de partida, sentimo-nos regenerados, de alma limpa e coração cheio.


O que descobri com todas as minhas viagens foi que é como uma viagem que eu quero viver a minha vida. Quero acordar de manhã e sentir que entrei no aeroporto. Quero sentir o entusiasmo do (re)começo de uma nova aventura. Quero ir para a rua com a sensação de que tudo em mim está desperto e consciente, capaz de absorver todas as experiências que um novo dia me trás. Quero ser capaz de manter a minha alma limpa e o meu coração aberto para todas as bençãos que esse novo dia me trará. E quero chegar ao fim do dia com a sensação de regeneração e com a certeza de que vivi uma experiência absolutamente única e irrepetível.


Talvez possam pensar que é demasiado utópico ou fantasioso porque as nossas rotinas de vida, de trabalho, de família, por vezes são demasiado pesadas e cansativas. Talvez o simples facto de serem rotinas, de serem algo que fazemos repetidamente, exactamente do mesmo modo, todos os dias, já tragam consigo esse peso e esse cansaço, mas na verdade é possível. É possível reinventarem a forma como fazem exactamente a mesma coisa. É possível reinventarem a forma como desempenham exactamente a mesma tarefa. É possível reiventarem a forma como trabalham todos os dias. É uma questão de consciência e do quanto dela colocam no vosso dia. E se falar de consciência pode ser uma coisa demasiado subjetiva, mudem o percurso que fazem para o trabalho, mudem o percurso que fazem quando vão buscar os vossos filhos à escola, mudem a disposição da vossa secretária, mudem o sítio onde tomam o pequeno almoço, escolham um sítio novo para jantar fora, visitem aquele lugar que já queriam ir há tanto tempo, experimentem uma receita nova, façam uma surpresa a um colega de trabalho, pendurem um quadro novo na parede, experimentem um novo exercício físico, estudem/aprendam sobre um assunto novo, descubram um novo hobbie... as possibilidades são imensas, basta querer. A alegria e o entusiasmo são o estado natural do ser. São os pesos que vamos colocando nas nossas rotinas e nas nossas mentes sob a forma de problemas e preocupações que eliminam essa alegria. Por isso é tão importante reequilibrar a balança entre aquilo que tem que ser feito e o entusiasmo com que o podemos fazer.


Façam da vossa vida um aeroporto, encontrem uma nova forma de recomeçar cada dia, reinventem-se, redescubram-se, recriem-se, encontrem os vossos propósitos, abram-se à nova experiência que cada manhã representa, encontrem aquilo que verdadeiramente vos faz feliz e entusiasma, mantenham todos os vossos sentidos despertos e tenham uma óptima viagem!


 
 
 

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